A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Charles Chaplin

terça-feira, 6 de abril de 2010

Bolhas flutuantes

Os "normais" levantam sempre do mesmo jeito. Reclamam da mesma maneira.
Irritam-se do mesmo modo. Dão as mesmas respostas para os mesmo proble-
mas. Têm as mesmas reações diante das mesmas circunstâncias. Dão presentes
sempre nas mesmas datas. Vivem sempre da
mesma maneira. Raramente observam as bele-
zas mais singelas. Raramente surpreendem. Enfim,
têm uma rotina extremamente previsível.
Sobre o mundo, diversas bolhas de "previsibilidade"
flutuam. Por meio destas, diversas pessoas andam
de um lado para o outro, comprando, vendendo,
construindo relações sociais, correndo em busca
de sua própria satisfação. Deixaram a vida tornar-
se o palco do ego humano. A preocupação com o sofrimento alheio já quase não
existe. As inquietações da vida são insignificantes. Por estarem presas nessa bolha,
não dão mais palavras de incentivo, não param mais para escutar. Vivem para si,
esquecendo que o amigo próximo é humano; tem sonhos, medos, angustias, ne-
cessidade de um abraço. Querem só receber. Receber atenção, carinho, amor...
Mas não querem dar nada disso.

Quando crianças não eram assim. Escreviam cartinhas para os pais e amigos,
sempre tinham um sonho novo, uma brincadeira nova, palavras de carinho,
de amor. Abraçavam e amavam. Compadeciam-se com o próximo. Sempre
surpreendiam com novas palavras e descobertas. Mas cresceram. Sem perce-
ber, entraram numa bolha e fecharam-se dentro deles mesmos. Por serem
meros "normais", tornaram-se previsíveis.

Eu quero estourar essa bolha. Não quero ser mais uma pessoa vagando pelo
mundo. Quero surpreender. Com atitudes, não apenas com palavras. Dar
importância às circunstâncias mais simples, fazer algo inesperado, sair mais
vezes para dar risadas. Ouvir mais e falar menos. Agir mais e prometer menos.
Ajudar mais e esperar menos. Amar mais, amar incodicionalmente. Afinal, o
maior líder que já pisou nesta Terra não vivia dentro dessa bolha. Ele a estourou.
Quem sabe consigamos com Ele alguns alfinetes, para estourar de vez algumas
bolhas por aí.

Melissa Lima